Câncer Colorretal

 CÂNCER COLORRETAL



O câncer Colorretal, ou câncer de intestino, são aqueles que abrangem o intestino grosso (cólon) e o reto. Eles estão localizados na extremidade inferior do trato digestivo. Esse câncer tem tratamento e na maioria dos casos, curável, todavia quando detectado no início. 


Segundo fontes do INCA (Instituto Nacional do Câncer), os novos casos em 2020 foram de 40.990 pessoas, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres, e o número de mortes por câncer de intestino foram de 20.245 casos, sendo 9.889 homens e 10.356 mulheres. É o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres.


A lesão se inicia na parte interna do intestino chamada mucosa, a partir de pólipos, lesões benignas, mas que podem crescer e se malignizar, e até mesmo se espalhar pelo corpo. Todos os pólipos removidos durante uma colonoscopia de rotina ou diagnóstica são enviados para biópsia. Uma característica do câncer de cólon (intestino) é que possui desenvolvimento lento.


O cólon ou intestino grosso, é subdividido em cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmóide. O reto é dividido em reto alto, médio e baixo e se conecta ao ânus, no final do intestino.


A maioria dos cânceres de intestino, cerca de 90 a 95% são adenocarcinomas, mas existem tipos menos frequentes, como os tumores carcinóides, os tumores estromais, linfomas, dentre outros.


Os fatores de risco relacionados a esses tumores são:

  • Idade igual ou acima de 50 anos;
  • Obesidade e alimentação não saudável ( pobre em frutas, vegetais e alimentos com fibras);
  • Alimentos processados (exemplo: salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon) e a ingestão excessiva de carne vermelha;
  • Sedentarismo;
  • História familiar de câncer de intestino;
  • História pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama;
  • Tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas;
  • Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino;
  • Doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC);
  • A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama.

No início do quadro, como o desenvolvimento do câncer colorretal é mais lento, na maioria das vezes, podem crescer sem o paciente sentir nada, ou sintomas bem leves. Devemos ficar atentos à alteração do hábito intestinal e na forma das fezes, diarréia, constipação, fezes em fita e muco; presença de sangue vivo, coagulado ou escuro (enegrecido); dor abdominal e desconforto recorrentes; astenia, fraqueza, indisposição e anemia; perda de peso não intencional e massa ou nodulação palpável no abdome. 


Em todos esses casos, o ideal é procurar um médico especialista e sempre realizar as rotinas de prevenção.


A prevenção começa com mudanças nos hábitos, com alimentação saudável e atividade física regular. Além de evitar fatores de risco existentes.


Realizar os exames de rotina e acompanhar com médico especializado nos dá a chance de detecção dos tumores e lesões precursoras em fases iniciais, favorecendo o tratamento precoce e maiores chances de cura.


O diagnóstico é feito por colonoscopia que investiga a presença de câncer de intestino, pólipos e doenças inflamatórias intestinais, (doença de Crohn e a Retocolite ulcerativa), diarreias crônicas, sangramentos nas fezes e anemia sem causa aparente e também nos fornece a biópsia. Com o resultado anatomopatológico, define-se o tratamento. Pólipos benignos serão acompanhados com colonoscopia. Em caso de lesões malignas, o tratamento pode ser endoscópico, cirúrgico ou neoadjuvante com quimioterapia e radioterapia, a depender da localização da lesão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que realize o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. A OMS orienta que o procedimento seja repetido a cada dez anos nas pessoas que não estão nos grupos de maior risco e que já tiverem feito a primeira análise.


No entanto, a American Cancer Society, nos Estados Unidos, já pede para iniciar a investigação a partir dos 45 anos. 


Para pacientes com histórico de doença familiar, portador de síndromes relacionadas aos tumores na região (como a síndrome de Lynch) ou que já tiveram adenomas, é preciso fazer o rastreamento a partir dos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que ocorreu o câncer do seu familiar. E em casos de pólipos, repetir a colonoscopia mais precocemente, a cada 2 ou 3 anos.


O estadiamento clínico deve ser feito por cirurgião especializado, com avaliação do tumor primário, avaliação linfonodal e metástases. Na doença localizada, a taxa de sobrevida gira em torno de 90%. O estadiamento é realizado com o auxílio de exames como a Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, PET- CT, marcadores tumorais, dentre outros.


O tratamento vai depender do estadiamento inicial e localização do tumor. Contempla cirurgia, quimioterapia, radioterapia e uma equipe multidisciplinar com cirurgião oncológico, oncologista clínico, nutrologia, enfermagem, fisioterapia e psicologia. 


O sucesso do tratamento é a avaliação e individualização caso a caso. Não se tratando o câncer apenas, e sim o indivíduo como um todo, com medos, anseios e desejos.


Agende uma consulta com seu médico especialista, faça rotinas de prevenção e mude os hábitos de vida.


Referências:

- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil/Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rio de Janeiro: INCA, 2019. ISBN 978-85-7318-389-4 (versão eletrônica).

- Feig, BW et al. The MD Anderson Surgical Oncology Handbook. 6. ed. Philadelphia: Wolters Kluwer, 2019.

- Oliveira, AF et al. Tratado brasileiro de cirurgia oncológica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. 1. ed. - Rio de janeiro: Rubio, 2022.

- Wood, WC, Staley, CA, Skandalakis, JE. Bases Anatômicas da Cirurgia do Câncer. 2. ed. - Rio de Janeiro: DiLivros, 2011.

- www.oncoguia.org.br/conteudo/sinais-e-sintomas-do-cancer-colorretal/533/179/

 



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